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08 de junho de 2025
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Comunicação Oral (CO)

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Os grupos temáticos foram pensadas para fornecer ao participante as linhas de pesquisas mais importantes e inovadoras da área! Verifique as ementas e escolha a que mais se adequa ao seu trabalho!

Em um contexto de emergentes denúncias de violências contra docentes em todo o país, de desqualificação da classe docente, de ataques às escolas e à educação pública (desde a educação básica até o ensino superior) e de denúncias de assédios em universidades, é preciso pensar como a violência se instaura nessas instituições e como é naturalizada em discursos cotidianos validados por misoginias, sexismos, racismos, capacitismos, lesbofobias, transfobias, bifobias, homofobias, gordofobias e outros preconceitos. A elaboração teórica e os relatos de experiências implicados com a mudança social vinculados a este GT, terão por objetivo:
• Propor modelos teóricos para definição e análise de violências no contexto educacional; • Viabilizar trocas que respaldem pensarmos estratégias para enfrentar as violências e modificar os modos como as registramos;
• Discutir quais parâmetros são importantes para acolhimento de vítimas das diversas violências nos contextos da educação pública;
• Propor protocolos para prevenção das violências nos contextos educacionais em instituições públicas;
• Permitir o pensamento utópico em busca da criação de novos futuros para as vivências da diferença nos contextos da educação pública brasileira. A proposta do Grupo de Trabalho é, sob coordenação da professora Catarina Dallapicula, da professora Priscila Rezende Moreira e de Rejane Barreto Jardim, abrir um espaço para trocas e exposição e pesquisas, relatos de experiência e intervenções sociais relacionadas a violência nos contextos da educação pública, considerando relações de poder marcadas por gênero e sexualidade em abordagens interseccionais, que podem incluir racismos, capacitismo, etarismo e outras violências. Serão aceitas propostas implicadas com abordagens interseccionais e/ou críticas e/ou decoloniais em recortes que tratem sobre violência e o estudo da violência nos diversos níveis da educação pública, incluindo (mas não apenas) na gestão do trabalho, assédio moral e sexual, violência no acesso e permanência na educação, dentre outros.
 
Coordenadores: Catarina Dallapicula, Priscila Rezende Moreira, Rejane Barreto J., Jussara Carneiro Costa. 
Este Grupo de Trabalho se inscreve na confluência entre estudos de gênero, sexualidade, raça, corporeidade, pedagogias críticas e interseccionalidade. Alinhado ao chamado do Desfazendo Gênero VII, propõe-se como um espaço para imaginar e construir futuridades afro trans cuir desde os corpos que habitam as encruzilhadas do Brasil profundo — corpos marcados pela diáspora, pela resistência, pelo desejo e pela criação. Inspirado pelas fabulações críticas, pelas epistemologias cuircestrais e pelos saberes do axé, o GT acolhe trabalhos que investigam experiências de dissidência de gênero e sexualidade nos campos da educação, das artes, das práticas corporais e da vida cotidiana. Partimos do corpo como território político, afetivo e espiritual, e compreendemos que é por meio dele que produzimos pertencimento, cuidado e justiça. Nosso horizonte é coletivo: queremos reunir pesquisadorxs, educadorxs, artistas e ativistas que fabulem outros mundos possíveis a partir das pedagogias que emergem nas bordas do sistema — nas escolas públicas, nas universidades periféricas, nas práticas comunitárias, nas danças de terreiro, nos jogos, nas rodas e nos gestos de cuidado que se insurgem contra o silenciamento imposto pela cis-heteronormatividade, pelo racismo estrutural e pela colonialidade do saber. Serão bem-vindos trabalhos que abordam temas como práticas corporais, esportes e movimentos como resistência e invenção cuir; Educação física, dança, arte e performance como experiências de fabulação e pertencimento; Narrativas de formação docente com enfoque interseccional e anticolonial; Juventudes LGBTQIAPN+ e pedagogias da escuta, da memória e do corpo; Metodologias de pesquisa e ensino pautadas em experiências transcestrais e afrodiaspóricas; saberes ancestrais de terreiro, de quilombo e de aldeia como pedagogias da vida; Processos de subjetivação, cuidado e criação de mundos em contextos de exclusão e Epistemologias cuir e trans como crítica ao binarismo, à necropolítica e à lógica neoliberal. Nosso GT se inscreve como uma roda de escuta, afeto e articulação, um espaço para fabular e agir — onde se possa pensar o futuro em aliança com as carnes que habitamos, com os sonhos que nos movem, e com os saberes que nos constituem, queremos não apenas analisar os fantasmas que assombram nossos corpos e territórios, mas sobretudo celebrar as potências de viver, criar e educar com Exu empurrando a roda para frente.
 
Coordenadores: RARIELLE RODRIGUES LIMA, RARIELLE RODRIGUES. 
Apesar dos “sonhos de extermínio” em torno não apenas de sujeitos dissidentes/desobedientes de gênero e sexualidade, mas também de suas representações artísticas e literárias (Giorgi, 2025), a literatura lgbtqia+, queer ou homoerótica já parece se constituir hoje como um “sistema literário”, tal qual qualquer literatura nacional. Conforme as reflexões de Cândido (1961), podemos afirmar que este campo apresenta: (1) “um conjunto de produtores literários, mais ou menos conscientes do seu papel”, que tem se organizado em editoras lgbt+ ou queer; (2) “um conjunto de receptores”, que tem circulado em livrarias, eventos e feiras literárias lgbt+ ou queer; (3) “um conjunto de características internas (língua, temas, imagens)” comuns, como a discussão da violência lgbtfóbica e o uso de línguas menores (Deleuze/Guattari, 2003); e (4) “uma continuidade ou tradição”, tanto patologizante como queer, que tem sido analisada pela crítica universitária. Muito embora o estudo de Delcastagnè (2005) tenha um recorte temporal e de publicação bastante específicos, os seus resultados – a permanência de padrões cisheteronormativos, brancos e coloniais na construção de personagens da literatura brasileira –, servem-nos de baliza para refletir a respeito não só do cânone literário, mas também do ensino e do mercado editorial. Nesse sentido, apesar da consolidação, enquanto sistemas literários, das literaturas lgbtqia+ e das literaturas africanas e afro-diaspóricas, ainda são pouco estudadas as literaturas africanas e afro-diaspóricas lgbtqia+. A partir dessas constatações, o GT receberá trabalhos que busquem contribuir com a leitura crítica de obras que tematizem ou sejam produzidas por pessoas LGBTQIA+, em diferentes contextos e sistemas literários, enfatizando, como se revela no título, personagens dissidentes sexuais e/ou desobedientes de gênero em suas diferentes interseccionalidades.
 
Coordenadores: HELDER THIAGO CORDEIRO MAIA, RENATA PIMENTEL TEIXEIRA, ORISON MARDEN BANDEIRA DE MELO JÚNIOR. 
O presente GT receberá trabalhos que reúnam abordagens teórico-metodológicas de pesquisas queer sobre discursos negacionistas contra o “gênero” por políticos populistas, com interfaces em Política e Direito. Há uma exaltação da família patriarcal com valores conservadores, o negacionismo, a vulnerabilização de grupos estigmatizados e sua desumanização. A dimensão transnacional do fenômeno incentiva reflexões sobre suas características macroestruturais, como a difusão e a legitimação social do neoconservadorismo supõem a existência de condições sociais favoráveis, dadas em momentos de crise social, quando se acirram as tensões e o poder dominante utiliza mecanismos coercitivos para impor a ordem social. O GT tem o propósito de fortalecer estudos queer mobilizados pela chave de análise de uma retórica em torno do que seria a “ideologia do gênero” e seu cenário fantasmático que desnuda a necessidade de analisar como a agenda neoconservadora tem impetrado uma política moral que vulnerabiliza corpos LGBTQIAPN+. Assim é possível observar a maneira que sujeitos são controlados, a partir de processos subjetivos, por técnicas de linguagem.
 
Coordenadores: MATHEUS DE SOUZA SILVA, ALANA MARIA PASSOS BARRETO. 
Com a ascensão global das extremas direitas, do neopentecostalismo e da consolidação do regime neoliberal faz-se necessário novas formas de pensar a política contemporânea. Ochy Curiel (2012) define a nação como uma comunidade imaginada, naturalizada como campo de constituição de valores e projetos de sociabilidade. A nacionalidade tornou-se um direito ancorado a um modelo familista, racista, sexista e homofóbico. Assim, o nacionalismo inclui em seu discurso uma política de identificação que se relaciona não apenas às práticas sexuais, como também à promoção de identidades cisheteronormativas e neocoloniais. As questões de gênero, raça, classe e sexualidade passam a ser tensionadas por grupos progressistas uma vez que são mobilizadas de forma contingente para a produção de identidades políticas. Enquanto grupos conservadores retomam a ideia de “natureza” a fim de anular sua invenção social e histórica e reforçar modelos essencialistas de gênero fundados em uma ordem “natural” e ahistórica. Masculinidades aparecem, ainda, como expressões potentes dos nacionalismos contemporâneos, produzindo cartografias políticas e prática de governos. Líderes performam suas masculinidades, operacionalizam, hierarquizam papéis e expressões de gênero. Simultaneamente em que levam em conta especificidades locais, atendem a uma agenda transnacional anti-gênero e anti-feminismo, de combate à “ideologia de gênero”. Por conseguinte, espaços formativos como universidades e escolas, em diferentes países, se tornam alvo de ataques, ameaças, políticas de precarização e privatização. O “homonacionalismo” (PUAR, 2013) constitui uma ferramenta relevante para compreender as complexidades em torno de ideias de “aceitação” e “tolerância” à população LGBTQIAPN+ e suas demandas. Igualmente, o conceito de “femonacionalismo” (FARRIS, 2017) é central para analisar como a extrema-direita estrategicamente vem reinterpretando uma praxis de mobilizac?a?o feminista, tradicionalmente atribuida ao progressismo. Os conceitos de “femoimperialismo” e “femocolonialismo” (VERGES, 2021), por sua vez, revelam a instrumentalização das conquistas feministas para justificar mecanismos internos de subcidadania. Ademais, observa-se novas facetas do messianismo político e do populismo que mobilizam sentimentos em torno de uma consciência nacional atravessada por questões da ordem religiosa. Ao mesmo tempo, as notícias falsas produzem uma imaginação política recriando “comunidades imaginadas” e repensando a existência de espaços, grupos sociais, acontecimentos políticos e sujeitos historicamente inscritos a partir de outras narrativas ficcionais. Por sua vez, o simpósio abraçará os seguintes eixos: 1.Ideologia nacional e disputas de gênero; 2.Estado e discriminações de gênero, raça, classe; 3.Neoconservadorismo, gênero e religião; 4.Ofensiva neoliberal, lutas sociais e estratégias de resistência; 5.Ensinar/pesquisar gênero em tempo de conservadorismos; 6.Análises de discursos e usos da categoria “natureza”. 
 
Coordenadores: ANNABELLE BONNET, ANA PAULA GARCIA BOSCATTI. 
Esse GT surge a partir das experiências etnográficas dos proponentes com os estudos de gênero e sexualidade no espaço público. Destacamos que o campo de estudos sobre gênero e sexualidade tem se ampliado nas ciências humanas, essas pesquisas são relevantes pois fornecem lastro às discussões atuais acerca das novas formas de expressão e performance de gênero e sexualidade. Discutir gênero e sexualidade é antes de tudo lançar um olhar sobre discursos que produzem corpos generificados a partir da linguagem. Como propõe Judith Butler (2018), para além de pensar a produção de corpos que correspondem as normas hegemônicas de gênero e sexualidade, é necessário entender que sujeitos não são simples tábuas em branco sobre as quais se inscrevem as normas, essas exigem que sujeitos performem e correspondam um conjunto de expectativas, desejos e discursos que os cercam desde antes de sua concepção e passam a ser parte dela. Sujeitos são ao mesmo tempo construções e agentes performativos de um certo ideal de gênero e sexualidade e é na ruptura de correspondência entre essas expectativas discursivas e a performance que se manifestam as dissidências sexuais. Com esse ponto, a socióloga Berenice Bento (2006; 2009) concorda com Butler em pensar a estrutura cisheteronormativa como um constructo sobre o qual emergem fissuras e é através delas que corpos, gêneros e sexualidades marginais emergem e reivindicam suas presenças na vida pública. Nesse sentido, o objetivo desse GT é receber trabalhos no campo das ciências sociais e humanas que estejam relacionados com novas perspectivas da ocupação do espaço público por corpos dissidentes. Dessa forma, priorizamos o recebimento de pesquisas alinhadas numa perspectiva feminista, racializada, decolonial e que pense as diversas formas de expressão de gênero e sexualidade no espaço público.
 
Coordenadores: GLADSTON OLIVEIRA DOS PASSOS, LUCIANA TOURINHO PRATA, MATHEUS FELIPE BISPO DOS SANTOS. 
Este Simpósio Temático propõe acolher contribuições que dialoguem a respeito das re-existências feministas nos campos político, cultural e social ao longo da história brasileira, com ênfase nas escritas, pesquisas, vivências interseccionais e subversões de vida. Pretende-se fomentar análises que mobilizem a inseparabilidade estrutural entre patriarcado, sexismo, racismo e suas articulações, reconhecendo as múltiplas opressões que operam em diferentes nuances, para movimentar tessituras teimosas que busquem pelo direito à vida, à dignidade, alegria e existência. Nesse sentido, a interseccionalidade é abordada enquanto ferramenta teórico-metodológica fundamental para compreender como diferentes marcadores sociais das diferenças moldam situações específicas de violência, criando obstáculos adicionais ao acesso à(s) justiça(s) e ao reconhecimento de direitos. Interessa-nos acolher trabalhos que mobilizem estudos teóricos ou pesquisas de campo (concluídas ou em andamento) que articulem diversos marcadores sociais das diferenças, abordando vivências, práticas e análises sobre outros modos de (re)existir e enfrentar violências, portanto, desejamos tecer espaços de diálogo que oxigenem e possibilitem reflexões teóricas e suleares de resistência e enfrentamento das violências, tanto no campo da Educação quanto aquelas situadas às margens do campo tradicional da pesquisa educacional. Acolhemos, portanto, propostas que tragam reflexões teóricas, relatos de experiências, estudos de caso, performances ou outras expressões, buscando por possibilidades que desmantelem os modelos universais. Esperamos tatear (im)possíveis inventivos que dancem, criem, poetizem e rizomatizem novidades e estéticas contra hegemônicas.
 
Coordenadores: DÉBORA DOS REIS SILVA BACKES, JULIANA FARIAS SANTOS, CAMILA BARRETO CAVALCANTE. 
Recentemente, o masculino não só se tornou objeto de estudo científico, como surgiu um discurso que constrói o sentido de sua pluralização. Filiados às teorias feministas que problematizam a dicotomia e homogeneização dos chamados papéis sexuais, os estudos das masculinidades buscam refletir sobre processos de naturalização do masculino e questioná-los. Na perspectiva da construção da masculinidade, o gênero relaciona-se a outras categorias como raça e classe social, por exemplo, configurando uma multiplicidade de tipos masculinos. Cada um deles corresponde a distintas inscrições do sujeito nas áreas do trabalho, da política, da cultura etc. Assim, se historiciza o significante masculinidades nos estudos de gênero, caracterizando no Brasil os chamados “estudos sobre as masculinidades”, ou simplesmente “estudos das masculinidades”. Este Grupo de Trabalho (GT) objetiva promover intercâmbios interdisciplinares a respeito de pesquisas concluídas ou em andamento sobre masculinidades no Brasil e no mundo, desenvolvidas especialmente nas áreas das Artes, Ciências Sociais, Educação, Linguística e Literaturas, Psicologia, Psicanálise e áreas afins. Pretende-se propiciar compartilhamentos, reflexões e diálogos coletivos, em perspectivas histórico-temporais sincrônicas e diacrônicas, descontínuas, digressivas e transversais, acerca de múltiplas dimensões, problemáticas e questões teórico-metodológicas em abordagens diversas sobre masculinidades na atualidade, tais como: sistemas patriarcais nas sociedades e seus efeitos; políticas identitárias masculinas; insurgências, dissidências, discordâncias e inconformidades sexuais e de gênero; masculinidades negras; masculinidades trans; violências sexuais e de gênero agenciadas por homens; discursos sobre as masculinidades; métodos, instrumentos e experiências de ensino-aprendizagem e currículos escolares a respeito das masculinidades; infâncias e processos de subjetivação de meninos; hierarquias, hegemonias e contra hegemonias das masculinidades; histórias e memórias dos homens e das masculinidades. Espera-se que este Grupo de Trabalho promova o encontro entre pesquisadores de diversas áreas que tenham interesse em investigar as masculinidades, principalmente no que diz respeito a questões que se apresentam como problemas para a sociedade e, especialmente, para grupos de sujeitos estigmatizados. Nesse sentido, é desejado que este GT atue na construção de uma sociedade melhor, mais justa e igualitária, bem como contribua para o melhoramento da abordagem sobre as masculinidades em diversas instâncias da sociedade.
 
Coordenadores: MARCUS ANTONIO ASSIS LIMA, NADIA DE JESUS SANTOS, FÁBIO ARAÚJO OLIVEIRA. 
O GT “Educação, gêneros e sexualidades: na escola" visa refletir sobre currículo, práticas pedagógicas transgressoras para promover na escola uma cultura baseada no respeito às diferenças, principalmente no que tange as relações de gêneros, sexualidades e étnico-raciais, sobretudo após a retirada dos termos gênero e sexualidade da última versão da BNCC. Serão bem-vindas propostas que apresentem pesquisas em escolas, centros educacionais e instituições de formação docente. 
 
Coordenadores: MARIA DA CONCEICAO CARVALHO DANTAS, IZAURA SANTIAGO DA CRUZ, AMANAIARA CONCEIÇÃO DE SANTANA MIRANDA. 
Em mais de 40 anos de movimento social LGBTI+ organizado, resgatado pelo empreendimento de muitos esforços da construção de memória, alcançamos a visibilidade de sujeites sociais e direitos que garantiram acessos mínimos e possibilitam respiros para vidas dissidentes. Sob ataque da crescente extrema direita, que insiste em mobilizar um fantasma da ideologia de gênero em prol do autoritarismo, negacionismo científico e restauração de privilégios e poder, e no contexto de fortalecimento da agenda anti-trans, reivindicações com menor possibilidade assimilacionista foram postas como secundárias. Complexificar o debate, disputar inteligibilidade e aprofundar o entendimento sobre vulnerabilidades sociais, que advém também da inadequação de pessoas trans* ao cistema, não é incompatível com buscar formas de melhorar a situação em que se encontra a maior parte desse grupo, pois possibilita cada vez mais acessos, produzindo desdobramentos que multiplicam as possíveis alterações estruturais. Entendendo que o direito está distante de nossa vivência todos os dias e compreendendo que ele é mobilizado e modificado pelo incômodo da presença, de corpas entrando pelas beiradas, e demonstrando, pela multidão e multiplicidade, que terão que abrir espaço institucional para nós, pensamos: que tipo de constelações se inauguram quando se desestabiliza o binário? Com as novas gerações que enxergam um futuro possível, que novas possibilidades se apresentam? Quais são as resistências que constroem uma história que resiste ao apagamento e rompe com o discurso conservador? Quais pressupostos nos apagam, e quais outros podemos criar? O destino da militância trans* não é lutar contra assassinatos e, para isso, precisamos expandir futuros, em vez de incorrer à narrativa cis sobre nós. Demanda-se acessar razões e acionar explicações, produzindo rachaduras na base epistemológica vigente, diante do contexto que nos impõe rotineiramente a inadequação por sermos dissidentes, para além da narrativa terrorista que assombra a discussão de pautas da transgeneridade. Futuros transviades estão para além de conjurar o mito da morte como destino, é preciso enxergar o que se anuncia. Propor alternativas, possibilidades pautadas nas vivências contra-hegemônicas contribui para perturbar, provocar abalos (c)ismicos, que resultam em cada vez mais debates e possibilidades, retira a assimilação completa no que está posto e faz surgir a multiplicidade de vivências. Esse Grupo de Trabalho é um espaço de encontro para lembrarmos a memória, criar presença e conjurar futuros que reverberam e tensionam a dinâmica de disputa de acessos e direitos. Os trabalhos deverão contemplar olhares críticos abordando políticas, práticas ou produções de resistência, ativismo ou busca por direitos que transbordem a referência da diferença sexual e que contemplem epistemologias transfeministas, decoloniais, da crítica queer, cuír ou outras epistemologias contra-hegemônicas sobre gênero.
 
Coordenadores: CAÊ MELLO, LUCAS SILVA DANTAS, MARI COSTA DE CHIRICO. 
O século XXI vem despontando como um período no qual o conservadorismo e o debate anti-gênero ganham proporções inimagináveis, alimentando discursos que oprimem, apagam, silenciam, violentam e matam quem habita o feminino. Isso, no que tange a América Latina, ainda é atravessado pela colonialidade de gênero (Lugones, 2020) que potencializa o pensamento Red Pill, Incel, Sigma e Masculinista, subculturas da machosfera que vem se configurando naquilo que Rita Segato (2018) chama de pedagogias da crueldade, um conjunto de atos e práticas que ensinam, habituam e programam os sujeitos a transmutar “o vivo”, isto é, tudo aquilo que flui errante e imprevisível na sua vitalidade em coisa, em inimigo que precisa ser aniquilado, em corpos-coisa de mulheres. Uma lógica que coloca as mulheridades em um alto grau de vulnerabilidade e de precarização da vida. As relações de gênero e o patriarcado, por sua vez, desempenham um papel relevante como cenário prototípico dessa época. A masculinidade está mais aberta à crueldade porque a socialização e o treinamento de vida do sujeito que deve carregar o fardo da masculinidade o forçam a desenvolver uma afinidade significativa entre masculinidade e guerra, entre masculinidade e crueldade, entre masculinidade e distanciamento, entre masculinidade e baixa empatia. As mulheres são empurradas para o papel de objetos, descartáveis e disponíveis, à medida que a organização corporativa da masculinidade leva os homens à obediência incondicional aos seus pares — e também opressores — e encontra nelas as vítimas prontas para abrir caminho rumo a exemplar cadeia de comando e expropriação. Diante do exposto, o que significa para as mulheres latino-americanas escreverem nesse contexto? Ou como propõe Rivera Garza (2024, p. 23), “quais são os desafios que o exercício da escrita enfrenta em um meio onde a precariedade do trabalho e a morte são a matéria-prima do dia a dia? Se a escrita pretende ser crítica do estado de coisas, como é possível, através da escrita, desmantelar a gramática de poder predatório do neoliberalismo exacerbado e suas mortais máquinas de guerra?”. Por isso, parafraseando Audre Lorde (2019), para nós, que habitamos as mulheridades, a literatura não é um luxo, pois a escrita emerge tanto como um ato de reconstrução, de recuperação de si; quanto como um ato de resistência coletiva, um modo de fraturar a estratégia colonial de nos encerrar como um outro, visto apenas da perspectiva do homem, branco, cishétero, cristão, moderno-colonial, de classe média e capacitista. Escrever, defende val flores (2022, p. 05), “é um gesto de astúcia, insolência e contágio” que se consolida como ato de luta e estratégia de fuga ao nos permitir estabelecer regimes outros de inteligibilidade, falabilidade e escuta política. Escrever, continua, “é um modo de se situar em um espaço de cinzas, ali onde poesia, teoria e prática se dissolvem e pulverizam como uma sedutora provocação a praticar um pensamento fronteiriço, promíscuo, poroso” que se edifica em um texto que politiza o EU ou que me narra ao “apropriar-se das experiências e vozes dos outros em benefício próprio e de suas próprias hierarquias de influências” (Garza, 2024, p. 110). A escrita é ato que convoca nossas corporalidades – mulheres cis, trans, negras, indígenas, PCDs – a catar os cacos da vida para remontar a si em inteireza, pois ser em inteireza é mover-se pela atividade, pela agência criativa do ser-sendo em comunalidade. Eis as reflexões que movem este simpósio que procura reunir pesquisadoras, pesquisadories e pesquisadores para pensar como as escritoras latino-americanas, ao acionar transescritas, necroescritas, escrevivências, escritas de si, o horror gótico, dentre outros procedimentos, constroem não só realidades que dão conta de novas formas de resistências; mas também práticas críticas, indóceis, transgressoras capazes de desmantelar a gramática de poder e construir contra-pedagogias da crueldade, pois, como diz Anzaldúa (2021, p. 58), “é na escrita mesma que nossa sobrevivência se encontra, porque uma mulher que escreve tem poder. E uma mulher com poder é temida”.
 
Coordenadores: MANUELA RODRIGUES SANTOS, JOCELAINE OLIVEIRA DOS SANTOS, KÉSIA DOS ANJOS ROCHA. 
O céu sobre nossas cabeças não pode cair. O mundo por vir é para além de uma fabulação uma condição de engajamento e responsabilidade, pois, gestam sonhos, possibilidades de organizações, bandos, fugas, comunidades, quilombos e cuirlombos. Corpos-mundos se lançam em anunciar futuros, criam crises, desmonta o sujeito transparente, produzem cisões, reconfiguram vidas, estabelecem po-éticas como encenações possíveis de retomar o mundo enquanto comunidade terrestre. Este grupo de trabalho objetiva produzir exercícios teóricos-críticos por meio de narrativas anticoloniais, decoloniais e contracoloniais como movimentos de fabulações dirigidas pelas po-éticas negras e amefricanas como movimentos subversivos/fugitivos de produção teórico-metodológico direcionados pelas lentes interseccionais na tentacularidade do pensamento como exercício epistemológico de guerra. Com isso, este grupo de trabalho marca a possibilidade de conhecimentos que estão a produzir e tencionar uma outra noção de sujeito e mundo como dimensão que possibilitam repensar e produzir uma outra noção de educação fora dos padrões ontoepistêmicos modernos e seus modos de subjugação. Sob um outro paradigma filosófico-científico e educacional, nossa humanidade se inscreve em movimentos. Este GT é um convite aos bandos que se levantam e se fortalecem nas tramas cotidianas em busca de outra configuração de mundo enquanto ladino-amefricanos que reconduzem os sentidos do sujeito, mundo e educação como movimentos de encantamentos.
 
Coordenadores: ALFRANCIO FERREIRA DIAS, JOSÉ HENRIQUE DE JESUS SILVA, MAIKEL PONS GIRALT. 
Quais composições queer podemos fazer com gêneros e sexualidades para problematizar os saberes, a vida, os prazeres, os desejos e expandir as nossas potências? A partir dessa pergunta-provocação queremos convidar pesquisadoras/es para apresentar seus trabalhos e com a gente fazer composições queer com gênero, sexualidade, currículo e educação para explorar e discutir processos de subjetivação, as relações com educação e com as culturas a fim de tensionar as normatizações e seus efeitos em nossas formas de conhecer, em nossos corpos, tempos e espaços no presente. O eixo tem como proposta estudos que mobilizem os conceitos de currículo e educação, podendo ser a noção de currículo e educação não circunscritos aos espaços institucionalizados, além disso aguardamos trabalhos que consigam evidenciar uma proposta queer do pensamento.
 
Coordenadores: DANILO ARAUJO DE OLIVEIRA, MARCOS LOPES DE SOUZA, ANDERSON FERRARI, PAULA REGINA COSTA RIBEIRO. 
Situado no campo dos estudos feministas, este eixo temático busca criar um espaço de diálogo, crítica e construção coletiva, enfatizando a importância de uma política feminista comprometida com a vida e com os corpos lésbicos sapatão, suas múltiplas formas de resistência e possibilidades de existência plena. Tem como objetivos: a) explorar as múltiplas dimensões e significados do corpo lésbico sapatão (entre outras anunciações de si) como forma de resistência e reivindicação de uma política feminista de vida; b) debater a urgência de uma política feminista que reconheça e valorize as vivências lésbicas sapatão; c) propor estratégias de visibilidade e resistência às opressões que atravessam o corpo lésbico, especialmente daquelas que perturbam o gênero; d) promover o diálogo entre diferentes perspectivas teóricas e ativistas que contribuem para a construção de sentidos para o corpo lésbico sapatão. Discussões que reconhecem o corpo não apenas como um espaço biológico, mas como uma construção sociocultural carregada de significados, lutas e intersecções de gênero, raça/etnia, sexualidade, classe, território, geração, poder etc., pois em diversos contextos globais, o corpo lésbico sapatão é um campo de disputa: ora silenciado e invisibilizado, ora hipersexualizado e objetificado pelas normas heteropatriarcais. Serão acolhidos trabalhos que abordem as seguintes temáticas: 1) Política do corpo lésbico sapatão: Analisando o corpo lésbico sapatão como um ato político, rompendo com os discursos que o desumanizam e invisibilizam, configurando-se como um lugar de luta e insurgência; 2) Intersecções: Como a sociedade impõe barreiras ao corpo lésbico sapatão, através de opressões que se entrelaçam, e as formas de resistência a essas violências; 3) Afeto, desejo e artes: Investigando as práticas de amor e desejo lésbico sapatão como formas de resistência à normatividade heterossexual, e como essas vivências podem reestruturar formas de relacionamento, assim como o uso das artes como dispositivo teorizante e estético; 4) Territorialidade do corpo lésbico sapatão: Examinando como o corpo lésbico sapatão é posicionado nos espaços públicos e privados, e como criam novos significados políticos e subjetivos para a existência lésbica sapatão; 5) Saúde mental e bem-estar: Considerando os desafios enfrentados por lésbicas sapatão em relação à saúde mental e ao bem-estar dentro de uma sociedade que frequentemente deslegitima suas identidades e vivências.
 
Coordenadores: ZULEIDE PAIVA DA SILVA, MARIA LIZANDRA MENDESDE SOUSA, GERSIER RIBEIRO DOS SANTOS. 
A ordem colonial é constituída por saberes que são legitimados como hegemônicos e que coexistem em disputa com conhecimentos que são comumente nomeados como periféricos, falsos, inferiores (Glória Anzaldúa, 2009). Estes regimes de enunciação estão pautados em privilégios epistêmicos que demarcam modos masculinistas de escrita considerados válidos e autênticos e outros que são diminuídos em sua importância, como, por exemplo, o poético, de cartas, de fanzines, de slams, de bordados. Este GT propõe o debate sobre políticas de escrita que reivindicam outras geografias sensoriais, pessoalidades partilhadas, corporalidades em coletivos e estéticas plurais como modos artesanais e desobedientes de produção científica. Nos interessamos pelos processos de escrita que transgridem, ainda que parcialmente, parâmetros civilizatórios das narrativas oficiais e, assim, demarcam registros de corpos e existências sexo-gêneros dissidentes, atos insurgentes de escrita.
 
Coordenadores: MARIANNE GOIS BARBOSA, MARIA LAURA MEDEIROS BLEINROTH, THAYSA ZUBEK VALENTE, WALLACE MATOS DA SILVA. 
Quando os arquivos não estão postos, quais fabulações podem ser acionadas? O objetivo deste GT é compartilhar coletivamente pesquisas, ensaios e escritas de si ligadas a arquivos, que promovam questões relacionadas a gêneros, sexualidades, interseccionalidades e/ou relações étnico-raciais. Acolhemos trabalhos de criação artística, como filmes, ensaios fotográficos, desenhos, colagens, ensaios sonoros e músicas, poesias, textos de literatura, escritas de si, trabalhos ensaísticos e entre outros. A intenção é repensar a própria noção de arquivo, como material vivo, em constante transformação, que muda e é sujeito a transformações no tempo. Neste caminho, também se questiona como as práticas artísticas emergem e lidam com a falta, o esquecimento e a marginalização. A memória, apesar de partir do âmbito íntimo e individual, é entranhada na organização social da vida, de modo a construir sentidos de coletividades, pertencimentos e identidades. Arquivos emanam silêncios e cabe a cada pessoa, ao se confrontar com o apagamento, se questionar onde encontrar os arquivos da história LGBTQIAPN+, de pessoas negras, comunidades indígenas e de mulheres? De que forma os arquivos podem ser retomados, mesmo que a ficção seja acionada como reparadora de mundos? De que modo promover uma política ontológica e performar contra a LGBTfobia, misoginia, racismo e outras mazelas sociais maximizadas pelo capitalismo e outros sistemas de opressão? Retomar as memórias de populações historicamente marginalizadas, é uma forma de se projetar para a futuridade, em que os tempos passados e as memórias futuras se reencontram e são agentes de reinvenção do mundo. Desta forma, começo, meio e começo se encontram e se espiralizam no tempo. Assim, arquivos são conectados com memórias e podem ser percursos para reivindicações políticas.
 
Coordenadores: HYNDRA GOMES LOPES, LUANA CAMPOS PONCHET, CAÍQUE FRANÇA ARAÚJO. 
No início dos anos 2000, a publicação de um livro atiçou o queer, dentro e fora da academia. No Future - queer theory and the death drive (2004) propôs uma releitura da teoria queer ao afirmar uma “negatividade queer”. Vinculava-se à compreensão da palavra queer como uma catacrese; um nome para o inominável. Algo que não cabe na ordem da sintaxe, pois não cabe a esta sociedade. Queer enquanto verbo que insiste em perturbar, em queerizar a sociedade a nós mesmes. Um dos pontos mais polêmicos da obra - inclusive entre queers e teoriques queers - é o enfrentamento ao futurismo reprodutivo e a anunciação da potência queer, precisamente, na sua inerente impossibilidade de procriar. Queers seriam uma ameaça ao futuro, à Criança como a imagem imaculada do humano e da continuidade desta ordem social. Foi, possivelmente, a primeira vez que, no meio acadêmico, alguém questionou a política e se interessou por uma queeridade alheia a ela. No Future reverberou nas ruas, impulsionando leituras ainda mais radicais que se afastaram do apoliticismo de Lee Edelman, autor da obra, e afirmaram a antipolítica queer. Uma dessas leituras foi feita pelo coletivo anarcoqueer Baedan que, em seu jornal homônimo, definiu a queeridade como a recusa à sociedade. Talvez o mais radical entre es teoriques queers, Jack Halberstam estabeleceu conversação com No Future e a negatividade queer em A arte queer do fracasso (2020[2011]). À sua maneira, Halberstam também afirmou uma antipolítica queer, ao aproximar-se do no future associado à emergência do punk, distante do apolítico proposto por Edelman. Porém, ele alertou para a reprodução de outro binarismo por Edelman: de um lado, futuridade e positividade; do outro, niilismo e negatividade. Como esse tema se atualiza hoje no contexto sul-americano? O cuir se posiciona em um dos pontos desse binário? Ou ousa afirmar “não há futuro para você”: você sociedade, você autoritarismo, você que almeja fazer de nós, em nossa multiplicidade, o mesmo que você e o seus? Como essa discussão se conecta à catástrofe ambiental em curso? Haveria proposições cuir ecológicas, de procedências originárias ou afro, que apresentam outros modos de vida, no combate à destruição do planeta e na recusa ao retórico desenvolvimento (capitalista) sustentável? Ou, ainda, experimentamos parentescos cuir que, mesmo que envolvam crianças, escapam ao futurismo reprodutivo e à sustentação do atual estado das coisas? Propomos discutir essas questões explorando nossas práticas, saberes e experiências cuir sul-americanas em conversação com as autorias renomadas da teoria queer (mesmo que de apenas uma obra como Edelman). De modo que possamos pensar e revirar, mais do que o hipotético futuro, o nosso presente, em busca de outras maneiras de levar a vida, ver a política e viver o queer.
 
Coordenadores: VI SANTOS ALMEIDA, FLAVIA LUCCHESI, LUÍSA DO AMARAL SOUZA. 
Inspirado na provocação do líder indígena Ailton Krenak sobre a necessidade de construir “ideias para adiar o fim do mundo”, este Grupo de Trabalho objetiva ser um espaço de escuta, reflexão e articulação em torno das cosmovisões e práticas de mulheres indígenas, negras e pessoas LGBTQIA+ como alternativas potentes na construção de futuros possíveis em meio à crise ambiental global. Os modos de produção no capitaloceno (Moore, 2022) têm se mostrado insustentáveis para os seres viventes no planeta. Compreendemos que o sistema capitalista tem no racismo, na colonialidade e nas normas de gênero e sexualidade seus aspectos fundantes e mantenedores de violências e assimetrias. Neste momento de agudização da crise ecológica, assumimos que as respostas para este problema não virão de quem a criou, mas das tessituras de esperança, cura e rebeldia forjadas por quem resiste diariamente nas brechas do sistema. Krenak (2019) destaca que a narrativa global, baseada na colonialidade, tem nos apresentado sempre a mesma história — uma narrativa eurocêntrica que separa a humanidade da natureza. Segundo ele, essa premissa é a raiz da crise ambiental global. Portanto, torna-se necessário “contar mais uma história para adiar o fim do mundo”, rompendo com essa ilusão de humanidade e nos protegendo dos perigos de uma história única (Adichie, 2020). Para isso, precisamos nos comprometer com histórias que abordem a coexistência de todos os seres que fazem parte deste organismo vivo chamado Terra, ouvindo outras cosmovisões como caminho para nos libertarmos das monoculturas da mente (Shiva, 2003). Essa reinvenção só é possível por meio da convergência de nossas experiências e saberes diversos (Bispo, 2015). São bem vindas contribuições que desafiam visões hegemônicas de gênero, sexualidade e raça e que destacam vivências a partir de perspectivas dos territórios, por/com mulheres negras, indígenas, amazônidas, das cidades e dos campos, das florestas e das água, que estão conspirando/co-criando alternativas para a crise ecológica a partir de uma perspectiva de comunidade/ aquilombamento. Partindo da reivindicação que os feminismos negros, comunitários e decoloniais têm feito sobre o futuro ser ancestral, este GT convida a todes que estejam desenvolvendo pesquisas que dialoguem com afrofuturismo(s), vivências e perspectivas de pessoas LGBTQIA+ e dissidências de gênero/ pessoas com gênero expansivo no enfrentamento à crise ecológica. Eixos temáticos: . Cosmovisões indígenas, negras e afro-diaspóricas frente à crise ambiental . Corpos dissidentes como território de resistência e criação de mundos . Espiritualidades dissidentes e o sagrado como força de regeneração ecológica . Futuridades decoloniais: imaginários coletivos para além das noções modernidade . Estratégias de incidência política e ativismo de corpos dissidentes pelo bem viver no enfrentamento da crise ecológica.
 
Coordenadores: LETÍCIA VIEIRA DA SILVA, ROVANNE RODRIGUES DANTAS. 
A proposta do grupo de trabalho em tela tem como objetivo promover um espaço dedicado à divulgação de pesquisas, discussões e reflexões sobre docências insubmissas, atravessadas por práticas discursivas, potencialidades e saberes de (re)existência e não desistência das diversas corporeidades presentes em espaços educativos escolares, universitários e não-escolares. Privilegia-se a divulgação e socialização de experiências e docências que rejeitam as pedagogias e normativas que historicamente invisibilizaram, aniquilaram, subalternizaram e violentaram corporeidades em desacordo e desalinhos dos padrões branco-centrados, cisheteronormativos e judaico-cristãos. Dessa forma, a proposta visa ainda a constituição de um espaço de discussão de pesquisas, projetos de ensino, de extensão, de práticas que mobilizem experiências de (re)afirmação e legitimação das múltiplas corporeidades, que estimulam a vida em multiplicidade. A ideia é a de que seja possível o compartilhamento e composição de discursos, saberes e poderes contra-hegemônicos; seja possível a construção de novos possíveis na experimentação de docências insubmissas, àquelas que tornam possíveis a (re)existência das múltiplas corporeidades no espaço acadêmico-escolar-social e cultural mais amplo. Esperançamos, em meio a um cenário cada vez mais ameaçador e devastador, reunir esforços que constituam a formação de novos horizontes de pensar e fazer as educações.
 
Coordenadores: RAUL ALVIM CAPISTRANO, EZEQUIAS CARDOZO DA CUNHA JUNIOR, ELENITA PINHEIRO DE QUEIROZ SILVA. 

VII Seminário Internacional Desfazendo Gênero

Futuridade afro trans cuir - para além dos fantasmas de gênero.